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REGISTROS DO CAMINHAR

Esta ação fez parte da oficina que desenvolvi entre os meses de setembro à novembro de 2018, oficina que denominei O espaço urbano como espaço de vivência, já que seu intuito era discutir de que forma as práticas artísticas urbanas proporcionam diferentes olhares e diferentes relações no/para o espaço público. Entre os trabalhos realizados no decorrer da oficina, está  a caminhada que realizamos do Departamento de Artes da Universidade Federal do Paraná , localizado  na  da rua Coronel Dulcídio, n°638, onde a oficina foi ministrada;  até a Boca Maldita, localizada na Rua XV de Novembro,  no centro de Curitiba. No decorrer do deslocamento realizamos 6 diferentes atos com as cadeiras emprestadas do Departamento. São eles:
 

-Ato 1: caminhar em fila com as cadeiras sobre a cabeça;
-Ato 2: caminhar sobre as cadeiras;
-Ato 3: observar os carros no sinaleiro;
-Ato 4: conversar no sinaleiro;
-Ato 5: permanecer em pé sobre as cadeiras durante o sinal  vermelho;
-Ato 6: Observar vitrines;

 

Com a conclusão do sexto ato, caminhamos até o ponto de chegada, onde realizamos uma roda de conversa (Ato 7) para discutir nossas experiências pessoais no espaço urbano e o desenvolvimento do projeto final da oficina, Memórias de um espaço afetivo. Para finalizar a ação, empilhamos as cadeiras formando um pequeno totem (Ato 8) em homenagem ao trabalho 31 de março de 1964, realizado naquele mesmo espaço pelo grupo Sensibilizar, 20 anos após o golpe militar. O ato realizado pelo grupo, encabeçado por Sérgio Moura, contou com a presença de dezenas de catadores de papel que se deslocaram da Vila Pinto, região periférica de Curitiba, até a Boca Maldita, onde construíram, com os seus carrinhos, um monumento de lixo, "homenageando" as ações realizadas pelo regime vigente. Agora, passados 34 anos desta ação, a história se repete. Presenciamos a fragilidade da democracia e o perigo da imposição de um governo autoritário. Nada mais permissivo do que recordar o trabalho que ali foi realizado anos atrás. O totem feito de cadeiras é análogo ao monumento de lixo. A crítica aqui se dá também ao sucateamento da educação pública.

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